terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mostre-lhes a diferença entre o que está certo e o que está errado (cap. 3)

Todos nós cometemos erros, e é importante que nossos filhos nos vejam reconhecendo um erro para que eles possam saber que de uma forma geral, não faz mal cometer erros, e também devem saber a diferença entre o que está certo e o que está errado em todas as situações. Precisam estar preparados para fazer a escolha certa, em termos morais. Os pais têm oficialmente 18 anos para incutir os valores que acreditam serem importantes, para que, quando eles pensarem pela sua própria cabeça, o façam sobre alicerces que lhes construiu.

O que acha que está certo ou errado? A partir da altura em que temos filhos, somos vigiados a maior parte do tempo e por isso estamos sempre dando o exemplo, e eles farão mesmo aquilo que a gente faz, independendo do que dissermos. Por isso temos de fazer aquilo que gostaríamos que eles fizessem nas mesmas circunstâncias. A maior parte de nós tem as ideias bem assentes no que respeita às grandes questões como matar e roubar e é muito provável que eles nunca o vejam fazendo isso! São as pequenas coisas do dia a dia que determinam se os nossos filhos serão pessoas dignas e de confiança quando crescerem, ou um pouco duvidosas e ocasionalmente à beira do abismo. Dizer a verdade, não falar mal dos outros, devolver bens perdidos em vez de os meter no bolso, oferecer o lugar aos mais velhos, dizer "obrigado", cumprir as promessas e por aí vai... Se não fizermos essas coisas como esperar que os filhos o façam?

Onde estabelecemos o limite da culpa? Sabemos que forçamos nossos limites quando, em segredo, nos sentimos ligeiramente culpados. Frequentemente arranjamos desculpas para nossos pequenos desvios de conduta. E se precisamos de inventar desculpas é porque sabemos que não agimos como deveríamos ter agido, nosso comportamento não foi aceitável. É duro sermos impecáveis diante de nossos filhos, mas tem de ser feito. De outra forma esses pequenos desvios serão entendidos como sendo coisas certas. E porque é que isso é importante? Qual é o problema se os nossos filhos se tornarem adultos que deixam de falar com um amigo por coisas mesquinhas ou que esperam que outros ofereçam lugar aos mais velhos? É importante por duas razões: Quanto mais digno for, mais bons amigos terá, e em segundo lugar é importante porque as pessoas que são íntegras e respeitosas têm maior auto-estima, algo que queremos para eles.

Que valores? É impossível elaborar uma lista com todos os valores que queremos transmitir aos nossos filhos, mas sabemos quais são. Alguns são óbvios e não constituem um problema para nós (tipo não cometer crimes ou violência, por exemplo). Os valores mais difíceis de transmitir são aqueles que temos dificuldades pessoais em cumprir. Os valores importantes relacionam-se com fazer um esforço em prol de outros, quando temos que reprimir os instintos egoístas em benefício de outra pessoa. As crianças pequenas não são capazes de por o bem-estar de outras pessoas à frente de seu próprio bem-estar. Conforme vão crescendo vão aprendendo o conceito de por as outras pessoas em primeiro lugar e será capaz de fazer as suas escolhas baseadas em valores em algumas ocasiões. Por isso nossa tarefa é passar esses primeiros anos a demonstrar o comportamento que julgamos adequado para eles.

Assumir a responsabilidade: As crianças aprendem muito sobre valores quando lhes são atribuídas responsabilidades. Quer seja cuidar de um peixinho dourado ou receber amigos para passar a noite em casa. Elas precisam reconhecer que têm de dar se quiserem receber. Sempre que lhes pedirem alguma coisa especial, certifique-se de que saibam o que espera deles em troca dessa responsabilidade, e o que acontecerá se cumprirem sua parte no acordo como por exemplo: Ir para a rua brincar sozinho (voltar no horário combinado); receber um amigo para dormir em casa (ser responsável pela ordem no quarto); fazer os trabalhos de casa sem ser supervisionado (cumprir todas as tarefas); ter um animal doméstico (fazer sua parte nos cuidados com o animal). 

Converse sobre o assunto: Qualquer que seja a responsabilidade dada ao seu filho é importante conversar com ele sobre o assunto e deixar tudo bem esclarecido. Quais são os termos do acordo, o que espera deles em troca, o que acontece se não cumprirem a sua parte. Dar responsabilidades aos seus filhos é a melhor forma de os deixar praticar todos aqueles valores que tanto trabalho teve a incutir-lhes. Claro que seu filho não vai fazer sempre as coisas bem. Você faz? Eu não. Nesse caso uma conversa sobre as razões pelas quais isso aconteceu será necessário, ele precisa saber que seu comportamento foi inadequado.

Acertar o alvo: Os valores que passa ao seu filho podem muito bem ser aqueles que recebeu dos seus pais. E pode estar transmitindo não só a seu filho como também aos seus netos e às gerações que lhes sucederão. É uma ideia maravilhosa. Crianças com valores fortes que são reforçados pelos seus pais vivem, por isso mesmo, mais felizes.




Resumo já postado:
Introdução.
Cap. 1.
Cap.2.

2 comentários:

  1. Olá Re, muito bom mesmo este livro!! Obrigada por cada capítulo postado!!Super bjs,

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  2. Renata, como sempre, muito útil e interessante essa postagem educativa. Eu estou aproveitando muito.
    Grande abraço.
    Manoel.

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