sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Deixe que eles o conduzam - Cap. 5

Você é o chefe de uma equipe bastante especial - com um propósito muito especial: desenvolver todos os membros da equipe de modo a que eles alcancem o seu máximo potencial. E a forma de fazer isso vai variar de acordo com as suas personalidades, todas elas diferentes e únicas.  Em determinados aspectos, isto é mais fácil se você só tiver um filho. É importante escutar e não presumir que a mente dele funciona da mesma forma que a sua. Quem tem mais filhos corre o risco de presumir que os tem de tratar da mesma forma.Porém, na realidade, isto não é necessariamente a política mais adequada. Este capítulo centra-se nos seus filhos em termos individuais, e não tanto na relação deles uns com os outros.

Deixe-os ser eles próprios - Nossos filhos terão muitas coisas parecidas conosco. Para a maioria dos pais bons e carinhosos é relativamente fácil lidar com os pontos fortes dos filhos, quer partilhem deles ou não. No entanto pode ser muito difícil lidar com os traços de caráter com que não nos conseguimos identificar, quer sejam negativos ou simplesmente diferentes dos nossos. Não há qualquer apatia, por mais que desejemos que haja. Se você costuma ter explosões emocionais, pode ser difícil lidar com uma criança que amua e vice-versa.

Como é que o seu filho vê o mundo? - Cada criança tem uma perspectiva diferente. É importante compreender isso porque você terá de tratar cada um dos seus filhos de modo diferente por vezes,de modo quase opostos. Pode ser que um filho tenha que aprender a ser mais confiante e outro aprender a confiar nas coisas com menos prontidão. Uma criança gregária acabará por se tornar um adulto gregário, e o filho manipulador há-se manipular sempre. O objetivo deve ser o de assegurar que ele manipula as pessoas com boas, e não com más, intenções.

Motivação - As crianças têm motivações diferentes. Pode ter um filho que é movido pelo dinheiro, enquanto outro procura responsabilidade ou apenas aprovação. Como exemplo um filho pode lavar o carro da família por uma quantia em dinheiro, outro pode querer fazer a mesma tarefa se lhe for oferecido a permissão de utilizar o computador por mais uma hora, ou lhe elogiasse e agradecesse um pouco mais. Algumas coisas mais comuns que motivam diferentes crianças: Dinheiro, segurança, status, reconhecimento, responsabilidade, satisfação no desempenho de tarefas, desafio, liberdade. 

Quais são os pontos fracos, inseguranças e medos dos seus filhos? - É pouco provável que os pontos fortes dos filhos sejam um problema, então é nas características que tem de investir. Não há nada de errado em ser tímido, por exemplo, mas o seu filho será mais feliz se conseguir superar a timidez ou pelo menos controlá-la. A primeira coisa que deve fazer é conhecer as características que, de alguma forma, limitam seu filho, e ver em qual delas ele vai precisar de ajuda para controlar. Alguns exemplos: ansiedade, falta de confiança, desorganização, teimosia, timidez, dificuldade de concentração, relutância em refletir bem sobre as coisas, autoritarismo, negativismo, má gestão do tempo, egoísmo, desistir em vez de aceitar um desafio, acessos de cólera, medos exagerados...

O que vai fazer a esse respeito? - Como pais temos que ajudá-los a ultrapassar o problema. Há muitos traços de caráter que atenuarão à medida que o seu filho for crescendo. Podemos em certos casos apenas observar e monitorizar e estar preparados para intervir e ajudar se necessário. No caso de se levantar a questão, informe seu filho de que está preocupado com o assunto, mas não o prejudique dizendo coisas como: "Caramba, como você vai se safar  quando sair de casa se não consegue se organizar?" Não rotule seu filhos. Não lhe diga que é tímido, ou que é uma pessoa ansiosa, limite-se a reconhecer que para ele é difícil falar com as pessoas ou lidar com certas coisas sem se preocupar. Isso não implica que a tarefa transcende as suas possibilidades, apenas que, em maior ou menos grau, é um desafio. 

Quem é a melhor pessoa para o ajudar? - Será mais fácil se ele for ajudado por um adulto que compreende o que ele sente. Vejam na família quem está em melhor posição de o ajudar. Se o seu filho se assemelha a si, a empatia só pode ser uma coisa positiva se você não presumir que o que funcionou para você vai necessariamente funcionar para ele. 

Fale com seu filho - Você conhece seu filho, mas a ideia é fazer com que ele concorde que seria útil fazer alguma coisa a respeito e depois podem formular um plano como o objetivo de dominar o problema. Comece por reconhecer que o aspecto em causa é um desafio para o seu filho. Não o compare, em nenhuma circunstância, com os seus irmãos. Faça que ele saiba que é exequível. Se necessário dê-lhe um incentivo para mudar. Essa é uma boa altura para mencionar que ele não será capaz de se tornar uma pessoa diferente, mas que não precisa de o fazer, precisa é aprender a lidar com suas características. 
Agora vem a parte mais complicada. Você compadeceu-se, compreender, motivou, encorajou - agora tem de fazer alguma coisa. Inventar algum tipo de técnica ou de solução capaz de ajudar. Qualquer solução só funciona se ele a aceitar. 

Onde é que eles o vão levar? - Uma das melhores coisas de ter filhos é o entusiasmo e a expectativa de saber em que é que eles se tornarão. Nos os ajudamos pelo caminho, mas o caminho é deles! Se tentar encaixar um filho no molde do outro, ou no seu próprio formato, irá fracassar. Concentre-se apenas em ajudá-lo a ser feliz, e todo o resto virá por acréscimo.  



Cap. 4.

5 comentários:

  1. Nossa, eu estava mesmo precisando ler um post como esse. às vezes me sinto perdida com relação à educação da minha filha, que tem um gênio forte, ao passo que sempre fui mais maleável quando criança. Torna-se difícil pra mim, entender algumas atitudes dela sem intrepret-á-las como simples teimosia (não que ela não seja um pouco teimosa).

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    1. Kinha, é difícil mas vai se informando que você vai conseguir.

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  2. Renata, muito boa essa sua postagem. Temos a tendência de acharmos que se conseguimos pular de paraquedas nosso filho também tem que conseguir. Não pensamos em compreendê-lo como uma pessoa única. Adorei a postagem.
    Grande abraço.
    Manoel.

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  3. Muito boa e interessante sua postagem mesmo, adorei! Querida, amei o seu comentário em meu Cantinho, obrigada pela participação!
    Beijo, beijo!
    She

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  4. Olá Renata!
    Ótima psotagem, sempre estamos aprendendo, essas leituras e com a ajuda de Deus que nos dá sabedoria quando a Ele solicitamos, vamos dando conta.
    Beijinhos de toda Equipe Recanto e obrigado por você sempre estar por lá deixando seus comentários nas postagens diversas.
    Uma abençoada semana.

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